A questão é: Aquecimento Global



Protocolo de Kyoto (1997): alguns anos se passaram desde o compromisso assumido na cidade japonesa e o que assistimos é um caminhar a passos largos para o esgotamento da capacidade do planeta em tolerar os desmandos da humanidade.

A humanidade, aliás, vem impondo ao planeta uma carga de transformações num ritmo muito mais acelerado (o tempo histórico) que o tempo natural de transformações (tempo geológico). O ritmo da tecnologia acelera a exploração dos recursos naturais que se renovam no tempo natural (milhões de anos). Os efeitos dessa exploração já são sentidos: água, combustíveis, aquecimento global... entram na pauta de preocupações globais (será?).


Alguns foram os erros de Kyoto: o não compromisso do maior emissor de gases (EUA - 35%), o não estabelecimento de metas para os emergentes (China, Índia, Brasil). Metas, aliás, que adentraram as relações econômicas com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a instituição dos créditos de carbono (permissão para continuar poluindo?) com investimentos em projetos e implantação de uso de tecnologias limpas e/ou uso de energias renováveis nos países em desenvolvimento.


O Nascer de uma Consciência Ecológica


As variáveis econômicas influenciam de maneira significativa para o despertar de uma consciência ecológica global. O desenvolvimento das tecnologias (desenvolvimento de satélites artificiais para o sensoriamento remoto, da informática) permitem observar que a degradação chega a um ponto chave: ou substituímos o modelo de exploração ou estaremos fadados a extinção.
Algumas conferências sobre o meio ambiente ocorreram a partir da década de 1960. Enfoques diferenciados, a necessidade de preservação foi o tema comum a todas. Eis alguns exemplos:

Estocolmo - 1973: "política do crescimento zero".

Mantido os ritmos de crescimento populacional, industrialização, produção e consumo de alimentos, poluição, o ambiente entraria em colapso. Seria necessário frear o crescimento econômico.
Uma outra vertente desta conferência apontava para a necessidade do crescimento econômico como forma de diminuir a pobreza e a miséria existentes.
Essa conferência constituiu-se num marco importante para a necessária preservação do meio ambiente a partir de um consenso mundial, atrelando a definição de desenvolvimento a ideia de preservação.

Nas décadas que seguem, os ideais de desenvolvimento [1987] e consumo [1995] sustentáveis são difundidos pelo mundo [veja em "sombra e água fresca" e nota]. Em suma, significam que os padrões vigentes de consumo precisam ser alterados, diminuindo o desperdício, reciclando e garantindo as demandas futuras.

Rio - 1992: "Agenda 21"

Basicamente, a conservação ambiental deve associar-se a erradicação da pobreza e a diminuição das desigualdades sociais. Partilha dos custos para a preservação e transferência de tecnologia ligada a preservação da biodiversidade no planeta.

Rio + 10 (Johanesburgo): "Objetivos do Milênio"

Avaliação dos compromissos assumidos na Rio - 1992 e redefinição de metas e compromissos da Agenda 21. Dentre essas resoluções, a necessidade de redução das emissões de gases poluentes, ampliar o acesso a água e o tratamento de esgoto, ampliar o uso de fontes renováveis na geração de energia, combater a perda da biodiversidade e eliminar a pobreza e a fome.

Copenhague - 2009: "fracasso"

O objetivo era substituir o Protocolo de Kyoto (2008 - 2012) buscando metas mais significativas para a diminuição das emissões de poluentes para a atmosfera.
Os pontos de destaque foram:
  • políticas mais rígidas de diminuição no lançamento de gases estufa* - países desenvolvidos e em desenvolvimento;
  • desmatamento e queimadas também contribuem com o aquecimento global - associadas a práticas criminosas de agricultura em países pobres;
  • a não adesão dos EUA ao compromisso de frear a emissão de poluentes, porque isso influenciaria no seu ritmo de crescimento econômico.
Rio + 20

"Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos, na Conferência, não trazem parâmetros, metas e prazos consistentes para uma negociação futura e poderá levar a repetição dos impasses regulatórios" (BELTRAME, Fernando). Os impasses associados a essa rodada de discussão apontam para a necessidade de se firmarem metas consistentes a fim de entrarmos na rota efetiva da sustentabilidade. Essa situação, porém, parece ainda distante, principalmente quando se trata dos países ricos.
A boa notícia ficou por conta das maiores cidades do mundo, quando assumiram o compromisso de reduzirem a emissão de CO2 (1,3 bi de toneladas até 2030).


Importante:

  • efeito estufa: fenômeno natural que mantém as médias térmicas equilibradas. O aumento da emissão de gases estufa potencializariam seus efeitos, gerando o aquecimento global.

  • Gases estufa: gases naturais (dióxido de carbono, vapor d'água, metano) e antrópicos (CFC - clorofluorcarbono) que retém calor nas camadas inferiores da atmosfera.
  • Conferência de Copenhague: novas medidas pós-Kyoto (que expira em 2012). A proposta é diminuir a emissão de gases em 50% em relação aos volumes de 1990, até 2050.

O texto não termina com a postagem. Muito pelo contrário. É o início das discussões.



Vamos lá?

4 comentários:

  1. Juninho, amei o blog! =D

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  2. Eu vi na tv um especialista dizer que não existe aquecimento global por ação humana... E sim por uma ordem natural, ele disse que o clima muda com os anos, já mudou muitas vezes e ainda vai mudar novamente...
    E então no que acreditar??

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  3. É uma temeridade dizer que o que fazemos aqui não influencia na dinâmica de aquecimento global. Creio que uma e outra teoria tem o seu valor e contribuem para comprender os fenômenos climáticos. O importante é considerá-las não como opostas, mas duas visões [que se complementam] para analisar o aquecimento global.

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